A Glória de Um Covarde

A GLÓRIA DE UM COVARDE

Estrelado por Audie Murphy (Quadrilha do Inferno)

Dirigido por John Huston

Ano: 1951

Produção sobre a Guerra da Secessão que ficou marcada muito mais pelos seus bastidores do que pelo próprio filme que é bom, diga-se de passagem. A história conturbada por trás dessa produção foi contada pela jornalista Lillian Ross no seu livro Filme lançado no Brasil pela editora Cia. das Letras. Esse livro foi um dos percursores do chamado romance de não-ficção, livros onde acontecimentos reais são narrados como se fosse uma novela, técnica que chegou ao seu auge no livro A Sangue Frio de Truman Capote. 

Basicamente esse livro mostra os bastidores de Hollywood e como um filme pode ser completamente alterado quando vai mudando de mãos, passando pelo diretor, produtores, editor, financiadores, marketeiros e executivos, todos tentando incluir sua própria visão e ainda tentando tornar um filme o mais comercial possível para o grande público. No fim o resultado acabou sendo um filme confuso e sem identidade, o pior é saber que o cinema continua assim, talvez até mais hoje em dia já que as interferências externas mudam um filme através imediatismo da internet que ajusta o filme a opinião de influenciadores sociais e também pelos altos valores gastos em uma produção que não podem sofrer o risco de virar um fracasso por uma visão autoral ou não-comercial.

Falando do filme, ele começa mostrando que a produção é baseada num livro de Stephen Crane chamado O Emblema Rubro da Coragem com direito a foto do autor e informações sobre o livro e o destaque de que muitas falas foram tiradas diretamente do livro.

Uma tropa de uma pequena cidade está em sua primeira batalha, todos estão ansiosos para participar da guerra mas um dos soldados, Henry Fleming, não está tão empolgado, na verdade ele está apreensivo. Após mais um dia de treinamento o regimento é finalmente enviado para a batalha.

Os soldados chegam ao campo de batalha onde já são recebidos com tiros e logo começam as mortes. A batalha não é como eles imaginavam, é tudo confuso e violento e a coragem que eles tinham nas palavras não é a mesma no momento da luta e após uma vitória inicial os rebeldes voltam com força total.

Quando são atacados os soldados dispersam e Henry é um dos covardes que foge do campo de batalha e não para de correr até estar o mais longe possível da luta e ele descobre que o seu regimento continuou lutando depois que ele fugiu e venceram a batalha e ele fica envergonhado do seu ato de covardia.

Henry volta para junto de seus companheiros e descobre que vários deles estão feridos ou mortos e ainda vê seu amigo Jim morrer devido aos ferimentos da batalha. Ninguém notou que ele fugiu da batalha e quando Henry é ferido por um soldado aliado e retorna com um ferimento ele é saudado como herói e não tem coragem de contar a verdade, ele ainda inventa uma história sobre o seu ferimento.

O regimento vai para uma nova batalha e para se redimir de sua covardia Henry toma a frente da batalha indo para cima dos inimigos com toda bravura para espanto de seus companheiros. O general aparece e manda o regimento para a frente da batalha e Henry mais uma vez demostra sua coragem liderando o pelotão em uma ultima batalha sangrenta.

O filme acabou ficando extremamente curto, somente 69 minutos e também bastante confuso com os personagens mal sendo apresentados ou desenvolvidos, com exceção do protagonista Henry Fleming. Acabou virando uma série de batalhas sem muita emoção já que você não se importa se os personagens vão viver ou morrer, fica claro que muita coisa se perdeu na batalha dos bastidores.




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