Tributo - Jerry Lewis

JERRY LEWIS

Morre aos 91 anos o Rei da Comédia

Morreu nesse domingo, dia 20 de agosto de 2017 o ator Jerry Lewis. Nascido em 16 de março de 1926 em Newark, Nova Jersey nos EUA, o ator faleceu em sua casa, a causa ainda não foi divulgada. Lewis foi conhecido como o rei da comédia, ele fez sucesso com seu estilo pastelão nos cinemas, nos palcos, em programas de rádios e tv e também em músicas

Seu nome de batismo era Joseph Levitch, ele era filho do ator e animador de vaudeville Daniel Levitch cujo nome artístico era Daniel Lewis e da pianista de rádio Rachel "Rae" Brodsky. Jerry começou a atuar aos cinco anos e costumava se apresentar ao lado dos pais nas montanhas Catskill em Nova York.

Aos quinze anos Jerry descobriu um novo talento ao dublar canções de um fonógrafo. Lewis sempre foi o palhaço da turma na escola Irvington de Nova Jersey onde se formou no colegial. Ele se alistou no exército durante a Segunda Guerra Mundial mas foi dispensado devido a problemas cardíacos. O comediante começou a se apresentar com o nome de Joey Lewis mas decidiu trocar seu nome artístico para não ser confundido com o também comediante Joe E. Lewis e assim nasceu Jerry Lewis.

A partir de 1946 Lewis começou a se apresentar em dupla com o cantor Dean Martin onde Martin era o responsável pelas canções enquanto Lewis fazia as palhaçadas em um show recheado de criatividade e improvisação que fez enorme sucesso nas casas noturnas e teatros, nessa época os dois também tiveram o próprio programa de rádio.

Com tamanho sucesso eles estrearam na tv em 1948 em uma participação na estreia do The Ed Sullivan Show, programa que se tornaria o show mais famoso do país. O sucesso da dupla só aumentou, Lewis e Martin participaram de vários programas de tv além de apresentarem o The Colgate Comedy Hour durante uma temporada em 1950.

A dupla já era famosa nacionalmente quando foram contratados pelo estúdio Paramount para atuar no cinema. O primeiro filme da dupla foi A Amiga da Onça de 1949, um grande sucesso de bilheteria. A dupla atuou em 17 filmes no período de apenas oito anos sempre com grande sucesso e seguindo o mesmo esquema com Martin como o herói mulherengo e Lewis como o palhaço atrapalhado.

Com o tempo Lewis acabou fazendo mais sucesso que o parceiro o que levou os dois há desentendimentos e ao fim da dupla em 1956, ano de lançamento do último filme da parceria, Ou Vai Ou Racha. Os motivos do rompimento da dupla nunca foram revelados por eles mas demorou muitos anos até os dois se reconciliarem. 

De 1952 a 1957 a editora DC Comics publicou o gibi As Aventuras de Jerry Lewis e Dean Martin que foi seguido por As Aventuras de Jerry Lewis. Nessas histórias Lewis chegava a se encontrar com heróis como Superman e Batman além de outros heróis e vilões da editora.

A partir de 1956 Lewis começou a se apresentar sozinho em Las Vegas onde ele manteve o sucesso. O comediante gravou o disco Jerry Lewis Just Sings que vendeu um milhão e meio de cópias e chegou ao número 3 da parada da Billboard. Lewis começou a fazer shows em várias cidades e chegou a se apresentar com a cantora e atriz Judy Garland.

Lewis retornou ao cinema em 1957 com seu primeiro filme solo, O Delinquente Delicado onde finalmente pode ser o grande astro, o filme foi outro grande sucesso o que impulsionou sua carreira solo também nas telas mas Lewis ainda não estava satisfeito com o tipo de humor apresentado. 

Lewis queria utilizar um humor mais físico e pastelão até que em 1960 ele teve a chance de realizar seu sonho, ele escreveu, dirigiu e estrelou O Mensageiro Trapalhão, filme feito com pouco orçamento e muita improvisação. Essa produção é considerada uma das melhores comédias da história do cinema revelando toda a genialidade de Lewis.

Em 1963 Lewis estrelou seu filme mais popular, O Professor Aloprado onde interpretou o tímido professor Julius Kelp que se tornou um sujeito irresistível após uma experiência mas os efeitos não são permanentes o que gera diversas confusões. A produção foi refilmada em 1996 com Eddie Murphy no papel principal.

A partir de 1966 Lewis já tinha 40 anos e seus filmes não rendiam mais tanto quanto antigamente. O comediante passou a atuar cada vez menos no cinema e nessa época ele trabalhou vários anos como professor de cinema na Universidade do Sul da Califórnia, Lewis teve como alunos nessa época Steven Spielberg e George Lucas.

Em 1970 Lewis virou personagem de desenho animado em uma série produzida pela Filmation. Durante os anos 70 Lewis esteve longe do cinema, ele dirigiu a tragicomédia The Day The Clown Cried que acabou não sendo lançada além de participar de algumas peças de teatro e programas de tv. Em 1976, durante o show beneficente do Telethon, Lewis voltou a se apresentar com seu antigo parceiro Dean Martin graças a Frank Sinatra que planejou o encontro.

Após onze anos de ausência, Lewis retornou aos cinemas em 1981 com Um Trapalhão Mandando Brasa, o filme foi massacrado pela crítica mas fez sucesso com público arrecadando mais de 50 milhões de dólares. Em 1983 Lewis atuou com Robert De Niro no drama O Rei da Comédia de Martin Scorsese.

No restante dos anos 80 e nos anos 90 Lewis continuou atuando em poucos filmes, geralmente em pequenas participações. Em 1988 Lewis participou de cinco episódios da série O Homem da Máfia no papel de Eli Starnberg. Em 1993 ele fez sua estreia na Broadway na peça Damn Yankees dirigida por Rob Marshall. Em 2003 ele participou de um episódio de Os Simpsons e em 2006 esteve em um capítulo da série Lei e Ordem- Unidade de Vítimas Especiais.

Em 2013 Lewis voltou a protagonizar um filme, o drama Max Rose que teve pouca repercussão. No mesmo ano Lewis fez uma participação na comédia brasileira Até Que a Sorte Nos Separe 2 onde faz o papel de um mensageiro atrapalhado. Em 2016 o ator fez sua última aparição nos cinemas no filme policial A Sacada com Nicolas Cage.

A filmografia de Jerry Lewis:

1949 - A Amiga da Onça (com Dean Martin)

1950 - O Palhaço do Batalhão (com Dean Martin)

1950 - Minha Amiga Maluca (com Dean Martin)

1951 - O Filhinho do Papai (com Dean Martin e John McIntire)

1952 - O Biruta e O Folgado (com Dean Martin)

1952 - O Marujo Foi na Onda (com Dean Martin)

1952 - Malucos no Ar (com Dean Martin)

1952 - De Tanga e Sarongue (com Dean Martin e Bing Crosby)
1953 - A Barbada do Biruta (com Dean Martin)

1953 - Sofrendo da Bola (com Dean Martin e Donna Reed)

1953 - Morrendo de Medo (com Dean Martin e Carmen Miranda)

1954 - A Farra dos Malandros (com Dean Martin e Janet Leigh)

1954 - O Rei do Circo (com Dean Martin e Zsa Zsa Gabor)

1955 - O Meninão (com Dean Martin e Tor Johnson)

1955 - Artistas e Modelos (com Dean Martin e Shirley MacLaine)

1956 - O Rei do Laço (com Dean Martin e Agnes Moorehead)

1956 - Ou Vai Ou Racha (com Dean Martin e Anita Ekberg)

1957 - O Delinquente Delicado (com Darren McGavin)

1957 - O Bamba do Regimento (com Peter Lorre)

1958 - Bancando a Ama Seca (com Connie Stevens)

1958 - O Rei dos Mágicos (com Suzanne Pleshette e Sessue Hayakawa)

1959 - Aventuras de Ferdinando (com Peter Palmer)

1959 - A Canoa Furou (com Dina Merrill)

1960 - Cinderelo Sem Sapato (com Henry Silva)

1960 - Rabo de Foguete (com Earl Holliman)
1960 - O Mensageiro Trapalhão (com Bob Clayton)

1961 - O Terror das Mulheres (com Bob Harvey)

1961 - O Mocinho Encrenqueiro (com Renée Taylor e Michael Landon)

1962 - Detetive Mixuruca (com Joan O'Brien)
1963 - Errado Pra Cachorro (com Agnes Moorehead e Quinn O'Hara)

1963 - O Professor Aloprado (com Stella Stevens)

1963 - Deu a Louca no Mundo (com Spencer Tracy e Milton Berle)

1964 - O Otário (com John Carradine e Rhonda Fleming)
1964 - O Bagunceiro Arrumadinho (com Barbara Nichols)

1965 - Boeing, Boeing (com Tony Curtis)

1965 - A Família Fuleira (com Anne Baxter)

1966 - Três em Um Sofá (com Janet Leigh)
1966 - Um Biruta em Órbita (com Anita Ekberg e Dennis Weaver)

1967 - O Fofoqueiro (com George Takei)

1968 - Um Golpe das Arabias (com Jacqueline Pearce)

1969 - De Caniço e Samburá (com Peter Lawford)
1970 - Qual o Caminho Para Guerra? (com George Takei)

1980 - Um Trapalhão Mandando Brasa (com Susan Oliver)

1982 - Trapalhões do Futuro (com Marty Feldman e Orson Welles)

1982 - O Rei da Comédia (com Robert De Niro)
1983 - Cracking Up- As Loucuras de Jerry Lewis (com Milton Berle e Sammy Davis Jr.)

1984 - Os Dois Trapaceiros (com Phillipe Clair e Connie Nielsen)

1984 - Retenez Moi...Ou Je Fais Un Malheur (com Michel Blanc)

1987 - Luta Pela Vida (com Patty Duke)
1989 - Cookie (com Peter Falk e Dianne Wiest)

1993 - Arizona Dream- Um Sonho Americano (com Johnny Depp e Faye Dunaway)

1995 - Rir é Viver (com Oliver Platt e Ian McNeice)

2013 - Max Rose (com Kevin Pollack e Illeana Douglas)
2013 - Até que a Sorte Nos Separe 2 (com Leandro Hassun e Camila Morgado)

2016 - A Sacada (com Nicolas Cage e Elijah Wood)

Durante toda sua carreira Lewis sempre foi reverenciado na França onde era adorado pelo público e aclamado pela crítica incluindo a mais prestigiada revista de cinema da Europa, Cahiers Du Cinema que o considerava um gênio do humor pastelão além de um grande autor comparado a lendas como Alfred Hitchcook e Howard Hawks

Ao longo de toda carreira Lewis foi um grande humanitário arrecadando fundos para pesquisas sobre a distrofia muscular. Lewis foi apresentador e um dos idealizadores do programa Telethon, de 1966 a 2010 período no qual foram arrecadado 2,6 bilhões de doláres para causas humanitárias. Por seu trabalho Lewis foi indicado ao prêmio Nobel da Paz em 1977.

Lewis foi casado duas vezes, com Patti Palmer de 3 de outubro de 1944 a setembro de 1980 quando se divorciaram e com SanDee Pitnick de 13 de fevereiro de 1983 até sua morte. Lewis teve sete filhos, com sua primeira esposa Patti foram seis, todos homens: Gary, Ronald (adotado), Scott, Christopher, Anthony e Joseph (falecido) e com a segunda esposa SanDee ele teve sua única filha, Danielle (também adotada).

Jerry Lewis e Dean Martin finalmente se reconciliaram em 1987 quando Lewis foi ao enterro do filho de Martin para apoiar o amigo. Em 1989 os dois se apresentaram juntos pela ultima vez em Las Vegas no aniversário de 75 anos de Martin onde Lewis cantou Feliz Aniversário pra seu amigo e aproveitou para brincar dizendo: "porque terminamos, nunca vou saber".