A SOMBRA E A ESCURIDÃO
Estrelado por Michael Douglas (Instinto Selvagem), Val Kilmer (O Santo), Emily Mortimer (A Pantera Cor de Rosa) e Bernard Hill (O Senhor dos Anéis)
Dirigido por Stephen Hopkins
Ano: 1996
Baseado na mais fantástica história real sobre ataque de leões que ficou conhecida graças ao livro publicado pelo coronel John Patterson, "Os Devoradores de Homens de Tsavo" de 1907. Como em todos os filmes esse tomou muitas liberdades artísticas o que não tira os seus méritos, o roteiro é excelente, as atuações são ótimas, os cenários foram muito bem recriados e o clima de suspense é sufocante.
O coronel John Patterson é contratado pelo nobre Robert Beaumont para construir uma ponte na África sobre o rio Tsavo, ele terá apenas cinco meses para terminar essa tarefa. A esposa de Patterson, Helena está grávida e ele pretende voltar a tempo de ver o seu filho nascer.
Patterson chega a África onde é guiado por Angus Starling, o capataz da obra. Eles chegam até a construção onde ele conhece Samuel, o encarregado dos trabalhadores, ele fica conhecendo um pouco mais sobre os homens que estão trabalhando e vê o local onde está sendo feito a ponte, vai ser mais difícil do que ele imaginava.
Patterson também conhece o hospital comandado pelo doutor David Hawthorne e ele lhe informa que um de seus homens foi atacado por um leão. Patterson promete resolver esse problema, ele e Angus preparam uma emboscada, os dois ficam nas árvores esperando até que o leão apareça e Patterson o mata com somente um tiro o que trás a tranquilidade de volta a todos.
Sete semanas depois as obras estão a todo vapor, o trabalho está sendo realizado com sucesso graças ao mestre de obras Mahina que é um prodígio mas tudo está prestes a mudar. Durante a noite um leão invade o acampamento e leva Mahina, ele devora o pobre homem o que trás de volta o medo ao acampamento.
Patterson passa a noite de tocaia, ele não vê nada mas mesmo assim o leão mata de novo. Para proteger os trabalhadores ele constroem uma cerca de espinhos em volta do acampamento e deixam fogueiras acessas para afastar o leão. Todos ajudam no trabalho e a cerca funciona, no inicio.
Em plena luz do dia um leão invade o acampamento, ele ataca e mata um homem. Patterson, Samuel e Angus vão atrás da fera e encontram o leão devorando sua presa quando são surpreendidos, tem outro leão no acampamento e esse ataca Angus matando o encarregado. Esse é um fato que deixa todos surpresos já que os leões sempre atacam sozinhos.
Os ataques continuam, os trabalhadores chamam os leões de A Sombra e A Escuridão, dois espíritos malignos que andam sobre a terra para fazer o mal. Beaumont vai visitar a obra, ele não se importa com Patterson ou com os trabalhadores mortos, só com a sua ponte. Ele promete levar o caçador Remington até lá para resolver o problemas mas Patterson não pode esperar que mais pessoas sejam mortas.
Patterson tem um novo plano, ele faz uma armadilha em um vagão de trem, assim que o leão entrar a porta irá fechar, ele estará atrás de uma proteção de barras de ferro de onde poderá atirar. Na primeira noite eles não aparecem, na segunda noite Patterson resolve deixar três caçadores no vagão enquanto ele fica de tocaia do lado de fora.
A armadilha funciona, um dos leões entra e os caçadores ficam a poucos metros dele mas eles ficam amedrontados e não conseguem acertar nenhum tiro nele. Esse novo fracasso só acirra os ânimos de todos, eles se revoltam contra Patterson e começam uma revolta que termina com a chegada de Remington e seus homens.
Remington e Samuel se conhecem, eles já caçaram juntos muitas vezes. Remington comanda a caçada, ele leva seu grupo de caçadores da tribo Masai e juntos vão Patterson e Samuel. Eles avistam um dos leões em um matagal e conseguem cercá-lo, Patterson fica cara a cara com o leão mas a sua arma falha e mais uma vez ele consegue escapar. Os Masai consideram esse um sinal de que os leões são indestrutíveis e vão embora.
Remington tem um novo plano, ele transfere o hospital para o centro do acampamento enquanto ele e Patterson ficam no antigo hospital para uma nova armadilha onde são espalhados carne e sangue para atrair as feras. Os leões aparecem e rondam o lugar mas eles parecem saber que é uma armadilha, os animais deixam o local e vão até onde está o novo hospital.
A dupla promove uma nova carnificina que inclui o dr. Hawthorne. Depois desse ataque os trabalhadores decidem abandonar de vez a construção, agora os caçadores estão sozinhos. Patterson e Remington seguem a trilha dos leões e encontram o covil deles onde tem dezenas de esqueletos, um leão não caça assim, eles estão fazendo isso por prazer.
O novo plano de Patterson é usar uma machan, uma plataforma de madeira que é colocada em uma clareira, ele fica em cima dela enquanto Remington e Samuel dão cobertura das árvores. Essa armadilha deixa o engenheiro totalmente exposto o que atrai o leão, Patterson acerta um tiro nele, eles seguem o rastro de sangue e Remington consegue matá-lo, no fim das contas eles não são invencíveis.
No outro dia quando acorda Patterson vê a tenda de Remington bagunçada e com sangue em volta, ele segue o rastro e descobre que seu amigo morreu, o outro leão voltou para se vingar. Agora sobraram somente Patterson e Samuels e nessa mesma noite o leão ataca, é chegada a hora do confronto final.
Uma história fantástica, como informado no fim do filme a ponte foi terminada, os leões dessa história estão hoje no Museu de História Natural de Chicago e mesmo agora, se você se atrever a encará-los, terá medo.
Como foi dito no inicio dessa resenha temos várias diferenças entre o filme e a história real ou a versão contada pelo coronel Patterson em seu livro que também tem alguns pontos que são questionados ainda hoje, especialmente o número de mortos, vamos destacar as diferenças a seguir mas primeiro uma imagem do verdadeiro coronel John Patterson.
A principal mudança é o personagem do caçador Remington vivido por Michael Douglas, ele nunca existiu tendo sido criado para deixar o filme mais espetacular. Outra mudança importante é o fato de que os leões verdadeiros não tinham juba, no filme preferiram leões tradicionais. Abaixo uma imagem do primeiro leão abatido.
Na cena do vagão eram dois homens que estavam lá, Patterson e o médico Hawthorne que no filme não participa das ações. Patterson chegou a acertar um tiro no leão que perdeu um de seus dentes. Depois disso os trabalhadores se revoltaram e tentaram matar Patterson em emboscadas mas ele se livrou com a ajuda de seus homens. Abaixo uma imagem do vagão usado na armadilha.
Patterson era quem comandava as incursões de caça aos leões, ele já tinha grande experiência em caçadas. Ele recebeu o reforço de homens mandados pela companhia então tentaram de novo o plano do vagão, dessa vez eram três homens como mostrado no filme mas não eram bandidos e sim caçadores mesmo assim falharam. Na parte final, na armadilha machan Patterson tinha um ajudante com ele em cima do mecanismo. Outra diferença importante, o intervalo da morte do primeiro pro segundo leão não foi de um dia e sim de três semanas. Abaixo uma foto de Patterson com seus homens.
O número de pessoas mortas pelos leões também varia, 135 segundo Patterson em seu livro, 28 segundo a companhia que construiu a ponte e 35 segundo pesquisas posteriores de biólogos. A causa do estranho comportamento dos leões ainda é desconhecida, segundo alguns eles atacaram devido a escassez de alimentos, para outros foi uma doença dentária que os impedia de caçar presas maiores e segundo outras opiniões eles adquiriram o gosto pela carne humana ao comer os restos de corpos de escravos que eram deixados ao longo da ferrovia. Uma história fantástica contada em um filme excelente, vale a pena assistir várias e várias vezes.
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